Uma adolescente de 17 anos morreu após se engasgar com uma mexerica na cidade de Goianésia, no centro de Goiás. Segundo a Polícia Civil, o caso aconteceu na última segunda-feira (26), quando a jovem estava em casa com a família.
De acordo com o delegado Marco Antônio Zenaide, que investiga o caso, a adolescente começou a passar mal depois de comer a fruta e foi socorrida pelos familiares, que tentaram desobstruir as vias respiratórias dela.
"Eles relataram que ela estava comendo uma mexerica e começou a se engasgar. Eles tentaram fazer os primeiros socorros, mas não conseguiram. Então, eles levaram ela para o hospital da cidade", disse o delegado ao G1.
No hospital, a equipe médica tentou reanimar a jovem, mas ela não resistiu e morreu. O corpo dela foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Goianésia, onde foi feito um exame de necropsia.
O delegado informou que o laudo apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica por obstrução das vias respiratórias por corpo estranho. Ele disse que o caso foi registrado como morte acidental e que não há indícios de crime.
"A família está muito abalada com o ocorrido. Foi uma fatalidade. Nós vamos ouvir os familiares e os médicos que atenderam ela para concluir o inquérito", afirmou o delegado.
Riscos do engasgo
O engasgo é uma situação grave que pode levar à morte por asfixia se não for tratada rapidamente. Segundo a fonoaudióloga Cinthia Ferreira, o engasgo acontece quando o organismo tenta expulsar um alimento ou objeto que entra pelo "caminho" errado na ingestão.
"Quando nós engolimos um alimento ou bebida, ele passa pela boca, pela faringe e pelo esôfago até chegar ao estômago. Mas existe uma estrutura chamada epiglote que fecha a entrada da laringe e da traqueia, que são as vias respiratórias, para evitar que o alimento entre nelas. Quando isso acontece, nós tossimos para tentar expelir esse corpo estranho", explicou ela ao portal G1.
A fonoaudióloga disse que alguns fatores podem aumentar o risco de engasgo, como comer rápido demais, conversar ou rir durante a refeição, ingerir alimentos muito secos ou duros, ter dificuldades de mastigação ou deglutição, ter refluxo gastroesofágico ou doenças neurológicas.
Ela orientou que, em caso de engasgo, é preciso agir rápido e seguir alguns passos:
- Se a pessoa estiver consciente e tossindo, é preciso estimular a tosse para ajudar na expulsão do alimento;
- Se a pessoa estiver consciente e não conseguir tossir ou respirar, é preciso fazer a manobra de Heimlich, que consiste em abraçar a pessoa por trás e pressionar o abdômen dela com as mãos em forma de punho;
- Se a pessoa estiver inconsciente ou desmaiada, é preciso ligar para o serviço de emergência (192) e iniciar as compressões torácicas até a chegada do socorro.
A fonoaudióloga alertou que nunca se deve introduzir os dedos na boca da pessoa engasgada ou dar água ou qualquer outro líquido, pois isso pode piorar a situação.
Ela também recomendou que as pessoas procurem orientação médica ou fonoaudiológica se apresentarem episódios frequentes de engasgo ou dificuldade para engolir.
